A cada ano surgem novas tendências e estratégias no mercado para potencializar as vendas e alavancar os negócios, destacando empresas dos mais diferentes ramos. Se durante os últimos tempos, o marketing, em especial o marketing digital, assumiu protagonismo em palestras, discussões e projeções do varejo, hoje a logística assume essa posição. E se me perguntarem por que isso, terei de dizer que tudo começou com a nova fase de digitalização que vivemos, impulsionada pela pandemia. Atualmente quem vai às compras procura não só pelas tradicionais lojas físicas, mas também pela loja online. Juntas e de maneira integrada, o famoso omnichannel. É aqui que entra a logística. Porque nesse cenário econômico muito competitivo e exigente, só se destacam aqueles que investem na capacidade logística de seus e-commerces.
O novo consumidor da atualidade, das gerações Millenials, Z e Alpha (vale já pensar no futuro), são majoritariamente digitais, refletindo de forma direta nos seus hábitos de consumo. Durante a sua jornada de compra, esse consumidor espera comodidade, praticidade e a liberdade de escolha de como quer receber o seu produto. Segundo o estudo “A nova jornada de compra omnichannel” da Globo, 53% dos compradores declararam que no caso de o item estar indisponível no ponto físico, gostam de comprar na loja e receber o produto em casa. Assim como 46% preferem a opção de comprar pela internet e retirar na loja. Ou seja, existem cada vez menos barreiras entre o online e o offline no varejo.
A demanda pela presença das marcas em multiplataformas só tem aumentado, resultando num movimento crescente de transição para o omnichannel. Participar deste universo também passou a ser vantajoso: Google e Euromonitor cravaram em pesquisa que o comércio omnichannel deve crescer até 30% no Brasil, até o ano de 2025. Entretanto, para que esta transição se desenvolva de forma bem-sucedida, a logística precisa assumir um papel central, atuando na integração das operações das empresas e na orquestração de pedidos. Não podemos nos esquecer que não existe mais separação entre os estoques de lojas físicas e virtuais.
Para que ocorra uma migração eficaz para o omnichannel é essencial que haja um planejamento e que a tecnologia seja usada como facilitadora. É por isso que sempre reforço a importância de as marcas terem não somente um ERP, mas um gerenciador com expertise digital. Uma solução que compreenda as especificidades deste complexo processo e ofereça praticidade e automação. Estes ERPs devem ajudar em processos recorrentes das empresas como gestão contábil, fiscal, conciliação de pagamentos, contas a pagar e receber. Além disso, eles devem fazer a integração com marketplaces, orquestrar os pedidos, gerir a alta escala de pedidos fracionados, automatização e integração da logística, e do apoio a jornada omnichannel.
Se antes o foco do varejo era a vender um produto, hoje o e-commerce vende um serviço. Atrelado ao item negociado, existe uma jornada inteira de atendimento, com entrega e relacionamento com o cliente. Para que toda a cadeia de vendas seja eficiente, a logística tem de ser encarada como alicerce. Afinal, os consumidores de hoje são mais exigentes nas suas experiências de compra, demandando agilidade e praticidade, como é comum aos imediatistas da era digital. Empresas que implementam uma estratégia inteligente de omnichannel têm índices de 89% de retenção dos seus clientes, comparado com 33% dos que não tem, segundo dados da Aberdeen Strategy & Research.
A essa altura já deve ter ficado claro que é altamente estratégico o investimento em logística, ante a nova realidade do varejo. Marcas que já possuem uma operação logística robusta de e-commerce, integrada aos processos omnichannel, conseguem experienciar o aumento da receita e das vendas, além é claro de fidelizar o cliente. A tecnologia é a grande aliada da logística, uma vez que ter um ERP com expertise digital é fundamental para que todos os processos da cadeia de negócios sejam integrados.